terça-feira, 22 de junho de 2010

O que não nos mata torna-nos mais fortes



Ainda sou muito nova e tenho ainda muito para aprender. Ainda me falta bater muitas vezes com a cabeça, cair e depois arranjar forças para me levantar porque só assim é que nós aprendemos. No entanto, se há um ano andava a viver no paraíso, este ano andou tudo muito muito turbulento, andei pelas ruas da amargura como nunca tinha andado (nunca antes tinha saído do meu mundinho perfeito) e tive que me virar sozinha.
Primeiro foi o CP que me deixou de rastos, afinal tinha sido a primeira vez que me tinha deixado ir completamente sem nenhuma precaução, ou seja, que tinha sido um alvo fácil ( se calhar foi esse o meu grande erro) e depois foi como se tivesse caído de um arranha-céus.Depois, para tentar dar a volta por cima, inscrevi me num casting de uma cena sem jeito nenhum (nem sei como é que fui capaz de fazer isto), não passei e ainda pior que isso o CP fazia parte do jurí. Sentia encharcada em humilhação, o meu orgulho estava ferido até às pontas dos cabelos´e passei os piores tempos da minha vida. A minha alma estava a apagar se, o meu amor próprio andava de rastos. Chorava, chorava, chorava...parecia que tudo o que fazia para melhorar ainda piorava mais.
Vamos em Dezembro,  ano novo vida nova e por isso decido cortar radicalmente o cabelo. Para variar ainda fez pior. Odiava ver-me com o cabelo assim, olhava me ao espelho e aquela não era eu, até ao dia em que deixei de me ver, de acreditar em mim. Tentava parecer normal as pessoas mas não estava, tudo era um sacrifício para mim. Em Abril já nem me controlar conseguia controlar à frente das pessoas, até na foto de turma notava-se que tinha estado a chorar embora nunca me tenha aberto com ninguém. Toda esta situação reflectia-se também nas minhas notas. Tinha perdido a pose, o ar de menina superior e imbativél que tanto gostava de aparentar. Não dava cavaco a ninguém e quando dava era só com a intenção de me vingar mas depois nunca chegava a finalizar. E também me envolvi num mundo que não era verdadeiro mas que gostava de acreditar que era.

Hoje, já não choro, o meu orgulho já sarou, o meu amor próprio já está quase bom embora ainda não esteja curado. Tudo está relacionado com o crescimento do cabelo, o que pode parecer superficial mas não é. Ainda bem que o cortei porque cada dia que passa e vejo que cresceu é como a chama que existe dentre de mim avivasse mais um bocadinho e tudo isto faz parte de um processo que vai acabar no dia em que o cabelo atinja o tamanho certo e eu esteja mais forte que nunca. Sim, um dia vou estar mais forte que nunca porque o que não nos mata torna-nos mais forte, é esta a minha filosofia de vida e cada vez gosto mais dela. E já não sou a mesma menina que era há um ano a trás. Talvez tenha perdido algumas qualidades, sinto me mais fria com as pessoas, mais desconfiada... mas também me sinto mais esperta, mais perspicaz em relação aos outros como se agora conhecesse as regras todas do jogo. Já não me importo tanto com os que os outros pensam ou deixam de pensar de mim, se calhar estou mais segura, não sei, também ainda não me sinto totalmente bem... Mas que já não sou quem era não sou. Tive a certeza absoluta disso quando na sexta vi o CP a olhar para mim com um ar do genêro "o que é que se passou com ela!?" pois é, deixei de ser aquela menininha que se deixava ir como se fosse como a estúpida da tua cadela. Enfim, cresci, amadureci e endureci! Tenho ainda muito que aprender e por isso ainda tenho que tomar muitas coisas que não me matem para ser mais forte desde que não me matem estou aqui para o .que der e vier. Já não vou cometer os mesmos erros, já não vou passar os dias a chorar, nem decidir cortar o cabelo porque já sei que não dá bom resultado apesar de desta vez até ter ajudado. ´Também já aprendi que as pessoas são inseguras e que se eu tenho medo e falta de segurança elas também têm e até mais que eu. Posso aparentar mas não sou uma pessoa típica, reconheço a minha singularidade, tenho um orgulho enorme, uma maneira de me auto-dominar de uma forma fenomenal e sou muito mais forte e e consigo ver bem mais além do que aquilo que aparento, mas a minha personalidade não interessa. O que interessa é que aprendi que as coisas mudam, nós temos que mudar, temos que nos adaptar ás situações e reagir e não parar à espera do milagre, eu aprendi isso da pior forma mas mudei. As lembranças vão me marcar para sempre e vão doer para sempre mas não posso deixar de pensar que se não fossem elas continuaria a ser a mesma menina ingénua que acreditava que a vida era um mar de rosas e todas as pessoas eram fantásticas. Ponto.




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